RETORNO

O Eterno Retorno Cósmico - Nietzsche

Não é sobre comemorarmos mais um Ano Novo.

NÃO!

É um convite para avaliarmos as nossas escolhas.

No aforismo número 341 do livro Gaia Ciência, Nietzsche nos desafia:

“...esta vida, tal como a vives atualmente, tal como a viveste, vai ser necessário que a revivas mais uma vez e inumeráveis vezes; e não haverá nela nada de novo [...]

[...] “queres isso ainda uma vez e um número incalculável de vezes?” […]

Margot Cardoso (@margotcardoso)

É um convite para encontrarmos a conexão das coisas e não a fatalidade das coisas, nessa nossa vida, dentro de ampulheta, cheia de ciclos que se abrem e se fecham, sem prestarmos atenção ao caminho.

Qual foi a conexão ou não conexão entre o Ano 2021 e o Ano 2022?

Qual será a conexão ou não conexão entre Ano 2022 e o Ano 2023?

É essa a reflexão, pautada num pedido urgente de reavaliação da vida, que Nietzsche propõe.

“Homem! Tua vida inteira, como uma ampulheta, será sempre desvirada outras vezes e sempre se escoará outra vez...

E então encontrarás cada dor e cada prazer e cada amigo e cada inimigo e cada esperança e cada erro e cada folha de grama e cada raio de sol outra vez, a inteira conexão de todas as coisas.”

Margot Cardoso (@margotcardoso)

Tantos séculos se passaram, e ainda hoje, há quem tente explicar a humanidade e há quem escolha uma explicação, embora nada se explique.

Nietzsche propõe que a nossa existência seja uma experiência de percepção das conexões.

Aceitei o desafio de pensar sobre o Eterno Retorno Cósmico.

E comecei por perceber que “ficar para trás” é diferente de “perder”, e que perder, literalmente, não existe.

No dicionário:

Perder - ser derrotado, fracassar, desperdiçar, diminuir...

“Ficar para trás” – ficar em desvantagem, não progredir, não dar mais importância...

Na vida:

Perder - significa aprendizado.

“Ficar para trás” – é oportunidade de reação, de repensar, de se reposicionar - de avaliar algo que se embaralhou pelo caminho.

E pensando sobre os momentos em que fiquei para trás, eles aconteceram por eu não ter questionado as coisas devidamente, não ter questionado as verdades sociais impostas.

Mas que, ainda, estou em tempo de recuperar toda a minha sanidade, perdida naqueles momentos, em que não perdi, mas que fiquei para trás.

Momentos em que aceitei que Jesus era um homem branco. Papai Noel também, Rainhas e Reis, Príncipes e Princesas...

Momentos em que acreditei que algumas pessoas valem mais que outras e que tudo se explica por meio da Lei do

Merecimento...

Momentos em que acreditei não ter responsabilidade sobre o outro, porque o outro criou seu próprio carma.

Momentos em que não fui capaz de ler, criticamente, as leis que regem um sistema que alimenta desiguais sociais.

Dentro de um Universo que nos oferece tanta diversidade de cores, aceitei que tudo fosse branco.

Aceitei que povos de tradições tão ricas fossem desvalorizados, fossem escravizados ou exterminados.

Pode ser que você não esteja entendendo nada de toda confusão estabelecida acima...

É que estou percebendo que os discursos têm raça, gênero, cor...

E que alguém pode acreditar que existe só uma única possibilidade de ser e que uma vez não sendo perdido está!

Pensando que embora nada saiba, e que estou deixando tudo mais confuso, acredito que o ser humano descobrirá que os significados são escolhidos...

E eles, os significados, não podem estar predestinados a uma verdade escolhida.

“... pois nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente permitido.”

E que, uma vez descoberto esse detalhe, nunca mais seja necessário passar por reencarnações ou seja lá o que for, num ciclo vicioso de merecimento e castigo.

Que se entenda, simplesmente, que viver neste Planeta tão lindo é uma experiência ímpar e um convite para renovarmos a conexão que existe entre todas as coisas, porque:

“Cada segundo do tempo é tempo para mudar tudo para sempre.”

Charles Chaplin

QUE SEJA REALMENTE NOVO

O ANO DE 2023!

NAMASTÊ!

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