ENCONTROS E DESENCONTROS AMOROSOS
- TEREZINHA ARAÚJO
- 15 de mai.
- 2 min de leitura

Estamos em maio, mês considerado das noivas e pensei em escrever sobre encontros e desencontros amorosos.
A vida amorosa é feita de ciclos, de aproximações e afastamentos, de momentos intensos juntos e separados. Os encontros marcam o início de algo novo — um olhar que se cruza, uma conversa que flui com naturalidade, uma conexão que floresce sem esforço. Eles carregam a promessa do inesperado, o calor da descoberta, do outro e de nós mesmos. Sim porque muitas vezes nos surpreendemos nos interessando por uma pessoa improvável. Como posso me sentir bem com alguém tão estranho a mim? Sim, o amor é um mistério, e se somos honestos, nos leva a refletir sobre quem somos. Porque somos mestres em não querer saber o que sabemos sobre nós.
Quando ocorre o encontro amoroso, é muito mais do que atração física ou compatibilidade. Muitas vezes, é algo da ordem do inconsciente: nos sentimos atraídos por aquilo que, de alguma forma, ecoa em nós. Pode ser algo estranho-familiar, um tipo de cuidado que conhecemos, ou algo que mesmo rejeitando, se repete - um padrão que estamos tentando resolver.
Verdade é que esses encontros ativam partes profundas da nossa subjetividade — desejos, medos, inseguranças e expectativas. É por isso que o amor tanto pode ser um espaço de cura, se houver consciência e abertura para o crescimento mútuo, mas também pode ser um gatilho para repetições doentias, perpetuando sofrimentos.
Assim, os desencontros também fazem parte do caminho. Às vezes, por escolhas levianas, por tempos desalinhados, por feridas não curadas, imaturidade ou simplesmente pela escolha de não querer gastar tempo e energia em reinventar o amor.
Entre um encontro e outro, podemos encontrar um amor verdadeiro. Se aprendermos a amar com maturidade, a reconhecer nossos próprios limites e a valorizar os pequenos gestos. Um amor que vale a pena não é um encontro com nosso espelho. O amor de verdade se dá quando encontramos alguém que nos leva para além de nós mesmos, nos mostra um mundo que não conhecemos. Diremos em psicanálise que é ter nosso narcisismo furado, quando aceitamos o amor do outro diferente do nosso, de nossas expectativas; quando o outro se atreve a pensar diferente, a desejar coisas diferentes, a ser ele mesmo, é isso que nos atrai e nos faz muito bem, traz leveza na relação, e principalmente, conosco mesmo.
O mais importante, sob o olhar psicológico, é reconhecer que tanto os encontros quanto os desencontros, que não precisam necessariamente produzir uma separação efetiva, oferecem oportunidades de crescimento. Cada momento da relação pode nos ensinar algo sobre quem somos, como nos relacionamos, e o que precisamos amadurecer emocionalmente.
A psicoterapia, nesse contexto, seja individual, seja do casal, pode ser uma ferramenta valiosa para quebrar ciclos repetitivos, compreender as realidades psíquicas de cada um.
No fim das contas, a vida amorosa é uma dança de idas e vindas, onde o mais importante não é evitar as quedas, mas ter coragem de se levantar e continuar dançando mesmo que tenha que mudar o passo, alterar o ritmo, aprender um novo estilo.
É um abrir espaço para relações saudáveis, conscientes e maduras.
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O amor é um sentimento que nos faz desconhecermos quem somos, por incrível que pareça! Quando amamos, nos apagamos, porque nos ensinaram que o outro é mais importante. Onde está a lógica disso? Por que a importância do outro deve ser maior que a minha importância, dentro da relação?
Namastê!
Te, gostei muito da analogia da vida amorosa como uma dança de idas e vindas, Beijocas, Carla Kirilos