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A VOCÊ - QUE SEMPRE TEM ALGO PRA ME SURPREENDER

  • Foto do escritor: ARUANE AMORIM
    ARUANE AMORIM
  • 25 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de mai.


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Bateu a cara no poste - para me ver.  

                           

Separou uma cadeira no boteco para eu sentar.    

      

Me beijou pela primeira vez, no ponto de ônibus e, ainda, te emprestei o cartão de passagem.  

       

Não tinha celular, mas arrumou um jeito de nos comunicarmos.     

             

Eu inventei uma história para ligar no outro dia, para conferir se o número era real.  Nossos trabalhos eram próximos, até demais.    

     

Te convidei para um sorvete. Você aceitou. Mas, na sua atenção diversa, o sorvete derreteu.    

                          

-Amanhã o que vai fazer? É sextou - disse você me convidando pra resenha do boteco.  


Confesso que foi uma mistura de desejo e medo. Tudo tão próximo do trabalho...   

                 

E eu sempre tinha receio de imprevistos.


Você me ajudou a viver com imprevistos. Mesmo que de forma dolorosa pra mim.    

         

Aceitei o desafio e num misto de moralismo, decepção e atração… foi nosso primeiro encontro. De corpos, de conversas... E você de desnudez.  

                          

Você era assim. Sem filtro - como uma criança.    

                          

Meus pneus arredaram quando na segunda semana conheci pessoas da sua família. Incluindo pai e mãe. Porque, chapados, dormimos na sua casa. A casa deles.   

                   

Eu podia vestir, dançar, conversar, ser livre com você.    

                               

Até que percebi o vício e acabei me viciando em tentar evitar seu vício. Pois, ele começou a me fazer mal.     

                       

Não era como na faculdade, onde tudo rolava e no outro dia, tudo bem.  

         

Comecei a vivenciar ciúmes, alucinações, sumiços, medo.    

             

Achei que se eu entrasse na onda, entenderia, buscando proteger. 

                             

Os fins de semana eram esperados por nós com amor, desejo e cumplicidade.

                   

Mas, tinha medo pela minha parte, sempre, porque estava viciada em você, na minha idealização de amor, família e tudo que um conto de fadas moderno merece: não espera cavalo branco - tinha meu carro; eu não precisava ser salva de perigos, mas achava que você sim.  

                           

Passaram-se 20 anos desde a cara no poste.   

   

Noivamos, casamos, engravidamos... Mas o vício acompanhava com gentileza, às vezes - se é que seja possível; noites sozinha, noites em hospitais...   

                       

Até que um dia, eu disse não. Não consigo mais. E saí da nossa casa.    

      

Meu mundo sonhado desabou, mas o amor que sentíamos um pelo outro viveu e vive. 

           

Hoje, você é meu melhor nem querer. A gente não larga nossas mãos nas alegrias e tristezas.            

Por que estou escrevendo isso?     

                               

Pois, agora, sou eu que preciso de cuidado e você está aqui. 

                 

Mesmo separados, você é a minha companhia nessa minha vivência atual de desenlaces. 

       

A você, todo meu amor!






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2 Comments

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
Apr 26
Rated 5 out of 5 stars.

Quando o encontro vira paixão, a paixão vira amor e o amor se transforma em carinho e cuidado... Metamorfoses da existência que carregam a dor das transformações e a beleza de um novo voo.

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Guest
Apr 25
Rated 5 out of 5 stars.

Quando o outro se torna presença inquestionável, depois de fazer história na nossa vida.

Namastê!


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