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SANTOS MILAGREIROS

  • Foto do escritor: MARIA ANÉSIA
    MARIA ANÉSIA
  • 17 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura

Quando é inverno no Brasil, essa curta estação fria, sol meio morto, dias rápidos, o brasileiro de mãos dadas aos Santos do mês de junho, tira o corpo da inércia e remexe daqui, dali, acolá... Muitas mexidas diferentes e calorosas.


Falo estação curta, porque o que era pra ser frigidíssimo, em pelo menos três meses, é só um amenizar de verão.


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As festas juninas uma vez por ano, é claro, há somente um junho, trazem ares festivos, trajes culturais: vestidos rodados de chita, de xadrez circulados de fitas, cores fortes como vermelho, preto, azul para vigorar os corações. O figurino masculino também no estilo tradicional, furos nas calças, enfeites e um chapéu “top”, deixando o cavalheiro charmoso.


O chamado forró raiz é uma atração fincada na alma e nos pés de muitos brasileiros, na maioria nordestinos. É alegria que se junta a Santo Antônio que de tão feliz, faz o milagre do casamento de homens e mulheres encalhados.


A fogueira é fogo no corpo humano que transborda de emoção. Salta de um lado para outro, por cima do fogaréu, dão as mãos, se tornando compadres e comadres. A foguetada em direção ao céu, cruzam suas luzes com as das estrelas e as noites, especialmente a de São João, a mais virtuosa, perde sua escuridão. Todo mundo se diverte: canta, dança, degusta delícias, as iguarias canjica, caldos, milho cozido, pipocas e um pouco de álcool no quentão. No interior bebe-se também uma cachacinha, da boa!


É uma riqueza!


Em Rio Pardo de Minas, onde morei, é uma tal de bandeira roubada - que roubar não é pecado. Confesso que a primeira vez que participei de uma festa dessa, chorei de emoção e não me envergonho de contar para vocês. Foi em uma escola - Riacho de Areia - na década de oitenta. Foi tão linda, que nada apaga de minha memória, nem a morte, pois sei  que mesmo no céu ainda vou lembrar. Está em “As Letras Têm Preço” de minha autoria.


"... − Mariquinha, ainda se recorda da festa da “Bandeira Roubada de São João?

Dei um sorriso.

Maria, muita coisa apagou-se de minha memória, mas esse acontecimento, festa junina na moda caipira...

Sensacional, emocionou toda comunidade escolar, ilustrou nossa profissão – professoras do povo."


A Bandeira Roubada deu o que falar. Durou pouco, o suficiente para se tornar inesquecível. A foguetada clareou as quatro quinas do grupo, os campos ao redor e a estrada. A claridade dos fogos, somada às chamas ardentes da fogueira, alcançou as estrelas – a noite desmanchou-se. Foliões entoaram o hino de Santos Reis, (costume deles, né) dançaram a contradança e ergueram a bandeira do Glorioso. 


- Viva Senhor São João! Viva! Viva...


O casal, Alda e Arlindo, é quem deu a festa, manifestando aos amigos, ao vivo, uma amizade sincera, numa noite de junho de 1985, mágica e calorosa.


São Pedro - dia 29 - é mais silenciosa. Dizem que é o santo das viúvas. Aqui no ouvido, kkkkk. Viúva precisa também de festa, alegria e prazer – Ôxi!


Nas cidades grandes, nas escolas, então, é comum a dança da Quadrilha. Dá gosto a gente ver... Anarriê, olha a chuva... O movimento dos passos segue o ritmo da música, própria para a ocasião. A meninada se eleva de prazeres e gritos.


Eu, particularmente, escrevo. Deixo aqui um poema para abrilhantar este texto.


Quadrilha

Tardes de sol frio

Risos a toda hora

Nos pátios das escolas.


A meninada grita

Vislumbram cores diversas

  No mês de junho das festas.


Barulho...

Vestidos rodados de chita,

Camisas de xadrez, chapéu de fita.

                                               

   Logo chega a vez

   De dançar por diversão

     No ritmo de uma canção.


Olha a chuva!

De par em par, euforia e emoção

Sorrisos saindo do coração.

 É a quadrilha de paz e da união.





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7 comentários

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Convidado:
02 de jul. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

As tradições juninas são tudo de bom! Adoro! Parabéns! Beijocas, Carla Kirilos

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Convidado:
19 de jun. de 2024

Que texto delicioso!!!

Senti aqui, o gosto das festas deste período que particularmente, eu adoro!!! Que o tempo não apague esssas lindas festividades. Abraços, Júnia.

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Convidado:
21 de jun. de 2024
Respondendo a

Obrigada, Júnia. Não é, isso é fogo no sangue brasileiro e santidade por excelência.

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
19 de jun. de 2024

Beleza das tradições cada vez mais escassas, mas que resistem, ainda que um tanto quanto modificadas. As festas e o cardápio desta época são bons demais da conta!!!

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Convidado:
19 de jun. de 2024
Respondendo a

Obrigada, Jefferson.

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Convidado:
18 de jun. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

“A claridade dos fogos, somada às chamas ardentes da fogueira, alcançou as estrelas – a noite desmanchou-se.”

E salve salve a poesia do olhar de quem é poeta!!

Namastê!

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Convidado:
18 de jun. de 2024
Respondendo a

Amei seu comentário. É alegria em dobro. Penso: não escrevo só para mim e sim para meus leitores também. Eles querem coisas boas. Obrigada.

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