ENVAIDECIDA

O que seria da vaidade, não fossem os humanos a senti-la?

Quanta vaidade!

Quanta inferioridade disfarçada de reafirmação.

E quanta decisão tomada a partir do princípio da superioridade.

Vaidade aclamada

Reverenciada

Ativa e moldadora de tanto caos.

Reativa, vazia, egocêntrica.

Será que tudo é realmente sobre mim ou reage a mim?

Será que estão todos tão ocupados e empenhados em invejar e destruir e ferir a mim?

A mim? Eu?

Logo eu que me ocupo tanto dos outros?

Que faço da minha vida uma metamorfose que me transforma mais nos outros,

e cada vez menos em mim mesma.

Eu, cujos arredores não florescem, não demonstram vida ou alegria alguma.

Eu, de quem todos podem enxergar as misérias espalhadas,

Incalculáveis.

Ainda que, tanto me esforce para disfarçá-las.

E tudo permanece inalterado, frio, desconexo.

Será que tudo é sobre mim?

Ou, em vez da verdade da minha própria inexistência, escolho me submeter à angústia de viver o personagem ideal que crio para mim mesma?

...e só para mim mesma.

Gratidão por ler até aqui.

Até breve!

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