MOOJI NO CAMINHO
- BETH BRETAS

- 5 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jun.
Há dias em que a vida capricha em sua apresentação, quando ela se
"...esconde nos lugares mais simples sua grande beleza, que revela qual o significado de porquê persistimos em continuar vivendo". - Pablo Neruda
Caminhava numa manhã ensolarada, encantada com as calçadas cheias de flores derrubadas pela chuva - que caiu como um presente no dia anterior, depois de 150 dias de total ausência...
E foi sentindo o frescor da manhã que a vida, mais uma vez, me presenteou.

Descia uma longa avenida, quando ao longe avistei um morador de rua – um homem negro na faixa dos seus 70 anos – abaixando a sua calça no meio do trânsito, na ponte que interliga um bairro ao outro.
Minha mente turbilhoou:
Meu Deus! Vai ser atropelado! E se estiver numa crise de loucura? Como passar por ele?...
E como num passe de mágica, meus pensamentos foram interrompidos, ao lembrar-me do final do filme Auto da Compadecida, onde Jesus aparece como um homem negro vestido de mendigo.
E fui.
Ao me aproximar, vi nele uma semelhança com o Mooji – um professor espiritual jamaicano que sigo.
Quando cruzamos, ele se dirigiu a mim, perguntando afirmativamente:
- O ônibus faz contorno aqui, não faz?
- Não!
Ele me olhou com um olhar sem nenhum arbitramento e disse, como se estivesse julgando sem julgar:
- Sua mentirosa! Faz sim!
Respondi sorrindo:
- Não! E completei: Tenha um bom dia!
Escutei ele resmungando:
Mentirosa! Nem sabe mais o que é bom dia!
Continuei caminhando e, no meio do quarteirão, parei para ver se ele ainda estava na ponte, desci um pouco para aumentar meu leque de visão... E ele não estava mais ali. PUF!
Retornei ao turbilhão mental:
O que devo aprender aqui? Que lição devo colher desse encontro? O que existe nessa troca?
E escutei minha mente:
Você olha e questiona. Você ainda não é capaz de atravessar, sem interferir. Aprenda a se entregar...
Coisas que Mooji diria.
“Quando uma tempestade mental ataca, corte ou desconecte-se. Evite se envolver em qualquer história ou análise. Em vez disso, corte imediatamente o suco da atenção e desconecte-se da corrente mental. Esta é a maravilha do testemunhar impessoal que, simplesmente por manter a atenção no estado de neutralidade, faz a mente retornar à sua morada natural como consciência eterna."
Mooji
E então, desconectei-me da corrente mental e resolvi entrar numa nova rua, que me levaria da mesma forma para casa, mas... quando virei a esquina...

O chão estava forrado por flores de várias cores e, entre elas, a branca dominava. Comecei a fotografar em estado de êxtase, descendo a rua...
De repente, vem subindo ao meu encontro dois balões transparentes, colados um ao outro...
E mergulhada em estado de delírio maior, comecei a fotografá-los.

O vento entrou na fotografia, tirando os balões do chão...

Eles começaram a dançar na minha frente, dominados por minhas emoções que, como os balões, flutuavam no ar.
QUE ESPETÁCULO!
“A natureza em sua amplitude nos doa diariamente seus encantos e magia.”
Nara Nubia Alencar
A magia que a vida nos presenteia todos os dias, mas que nem todos os dias somos capazes de perceber.
E é sobre a vida ser um presente que Mooji discursa.
Ele nos fala como devemos envolver nosso tempo em busca da divina verdade, sem perdermos o caminho do nosso EU, sem ficarmos rodando em círculos, procurando por alguém que nos diga a verdade, que nos aponte o caminho.
Para ele, o que vale é a verdade da busca – uma busca guiada pela nossa própria atração, pela força, pela determinação que se manifesta em cada um de nós.
“CONHECE A TI MESMO.”
E então, descobriremos do nosso jeito, a alegria, o amor, a compaixão, a sabedoria...
“Descubra, dentro de você, aquilo que é naturalmente feliz e espontaneamente livre! É a descoberta mais importante que um ser humano pode fazer.” - Mooji

Hoje, caminhei com Mooji!
NAMASTÊ!
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Que lindo! É esta magia inesperada que nos mostra a grandeza de um Criador que cuida de detalhes. Beijocas, Carla Kirilos
Beth, seu texto tem muito haver comigo. Fico preocupada com o sofrimento dos menos favorecidos: gente de rua mesmo, doentes, idosos e crianças abandonados. Amei ler seu texto. E a Rúbia caprichou nas imagens, muito lindas.
Verdade, Miga! O eu em primeiro lugar, depois as delícias, certamente, virão.
Na mente calma,a vida acontece. Se transforma e o equilíbrio se faz presente.
Seu olhar capta a poesia da existência, Beth! Que você preserve esse dom por todo o seu estradar aqui.