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OLHO E LÍNGUA

  • Foto do escritor: MARIA ANÉSIA
    MARIA ANÉSIA
  • 16 de out. de 2024
  • 1 min de leitura

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A língua fala o que o olho vê. 

Não é verdade, pode o olho ver, 

E a língua não falar.

A língua falar e o olho não ver.

 

 Vinha um navio em alto mar, 

Abarrotado, gente entristecida, 

A África ficou para trás.

O olho viu, a língua não pode falar.

 

 - Que desgraça, que humilhação, 

Essa gente não pediu esta situação. 

A língua falou porque o olho não viu.

 

O olho viu as mãos de Castro Alves 

Escrevendo o Navio Negreiro.

Multidão sem ninguém, o adeus derradeiro.

 

 Revolta por um povo escravo no Brasil, 

Sem força e poder, submetido à humilhação,

A língua falou o que o olho não viu.

 

 O olho viu negro morrer no mar.

 Paisagem de dor que não pode mudar. 

A língua falou: - escravo é para trabalhar.


Hoje, o Brasil carrega a dura aflição, 

Do preconceito, do racismo, da divisão.

O olho viu, a língua falou, 

Princesa Isabel libertou.

 

Mas, ninguém FEZ nada não.






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2 comentários

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Convidado:
17 de out. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

“A língua falou o que ninguém viu” e foi por isso que a língua criou a história que quis.

Namastê!

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Convidado:
18 de out. de 2024
Respondendo a

Não há nada tão confortável do que a liberdade. Fazer o que quer é um privilégio, ainda mais escrevendo a sós. Amei seu comentário.

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