SÓ SEI, AINDA, QUE ACONTECEU
- ARUANE AMORIM

- 23 de mai.
- 1 min de leitura

Esta coluna está mais com cara de diário, nestes meses, do que um espaço poético - que sempre me acolheu.
Mas me pego, agora, lembrando da primeira leitura de um livro, da psicanalista Ana Suy - Não pise no meu vazio.
Naquela época: nova organização familiar, pandemia, medo do invisível e do visível que afloravam nas pessoas - consegui reconhecer, angustiando abruptamente, que era composta de vazios.
O livro era meu companheiro do deslocamento casa-trabalho-casa, nos veículos urbanos de BH. (para além das máscaras e do álcool em gel.)
Nunca pensei que viveria aquilo. Mas comecei a compreender que aquilo era parte de mim - O vazio.
Sempre tive tendência a acolher, ajudar, resolver questões da vida do outro.
Enquanto isso, eu esquecia da minha própria vida.
Confundir desejo/necessidade/recalque/falta, era fácil demais. Não que isso tenha mudado.
Pensei em usar aqui uma frase cotidiana "aos trancos e barrancos". Mas, pensando e escrevendo, estou é jogando chaves fora, depois de destrancar sentimentos, momentos, sujeitos.
E com os barrancos? Tenho tentado utilizá-los como possibilidade de novo molde que o barro, ao ser manuseado, me proporcionar.
Axé
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Mas a vida não é assim? Cheia de trancos e barrancos? O importante é não estacionar. Avante, Aruane. Beijocas, Carla Kirilos
Que o barro dos seus barrancos seja matéria-prima para pavimentar o seu melhor estradar, Aruane!
Lendo seu texto, me lembrei do meu pai que, com sabedoria centenária, afirmava que a vida era boa, apesar dos trancos e barrancos.
Só muito mais tarde compreendi: os trancos, tal qual com um velho carro, Impulsiona nossas vidas; os barrancos servem de encosto, de proteção ou, como no texto, como massa de modelar quem sabe um novo começo.
A vida vale a pena. Sigamos. Parabéns pelo texto.
Axé!
Para todas as chaves que você jogará fora… Com a coragem de quem possui a certeza de que precisa jogar a chave fora.
Namastê!