TÃO SOMENTE TU

Se retirares do teu caminho a tristeza que te engole, o que sobra de ti?

Paredes manchadas, cobertas por um pó fino,

bloqueando a visão da realidade distorcida por sugestões que antecederam o caos.

E pelo próprio caos.

Paredes estruturadas nas mais diversas versões cruelmente moldadas por quem esteve lá... dentro. E caminhou por entre as páginas da tua existência.

A tristeza, apesar de desconfortável, floresce.

Aos poucos, embora pareça improvável, vai tomando forma de existir.

E se torna um caminho possível, tolerável... no início.

Preenche espaços vazios, justificando-se nos desenhos da autopiedade.

Já que percebes-te invisível quando ela não está lá.

-”Ao menos, algo com o que se possa lidar”. Pensas.

O tempo passa muito rápido.

Mais do que podes perceber.

Mais do que consegues reagir.

E entendes que quanto mais permaneces, mais desafiador se torna.

Tudo para que eles enxergassem e compreendessem.

Mas não. Não compreendem tuas razões, ou a profundidade do que vives.

Porque não podem.

Na verdade, não importa.

Porque só tu trilhaste o caminho.

Tão somente tu conheces sobre ti o suficiente para regressar.

Obrigada por ler até aqui.

Com amor.

Até breve.

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