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A GENTIL INTELIGÊNCIA

  • Foto do escritor: RUBIA ARCE Admin Blog
    RUBIA ARCE Admin Blog
  • 30 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 31 de jul.

Eis que adentramos, quase sem perceber, uma era super intrigante: a era da Inteligência Artificial.


E, ainda mais intrigante, ao meu entender, é a discussão sobre o tratamento que devemos oferecer aos inúmeros bots de acesso a ela. 


Sim, a discussão que toma os anais da alta cúpula de criação e desenvolvimento de tal tecnologia é, dentre outros temas, sobre se deveríamos, em nossas conversas com ela, tratá-la com educação e cortesia. 


Em suma, deveríamos, ou não, dizer por favor, com licença e obrigada ao chat de acesso. 

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É sério? 


Esse foi o meu pensamento ao ler uma matéria do jornal O Globo, nesta semana, sobre esse assunto. 


Superficialmente falando, a matéria diz sobre a preocupação de grandes estudiosos da área no que diz respeito ao alto custo financeiro que o simples acréscimo de palavras de educação e gentileza gera ao programa, já que, segundo eles, consome-se muita energia por palavra escrita nos chats, como o ChatGPT, por exemplo. Mas, qual não foi minha surpresa ao ler que, alguns pesquisadores, acreditam ser mais saudável para nós, seres humanos, alimentarmos um tratamento gentil com as máquinas, que apesar de não serem pessoas, não terem sentimentos ou emoções, conseguem responder a esses comandos de forma semelhante, porque, segundo eles, isso nos possibilitaria aprender a ser mais humanos e gentis em nossas relações com humanos. Dentre outras tantas questões que esses estudos tratam, essa parte me chamou especial atenção.


“A forma como alguém trata um chatbot pode depender de como essa pessoa enxerga a inteligência artificial em si — e se acredita que ela pode sofrer com grosserias ou melhorar com gentileza. Mas há outro motivo para ser gentil. Há evidências crescentes de que a maneira como os humanos interagem com a inteligência artificial se reflete em como eles tratam outros humanos.

— Nós construímos normas ou roteiros para o nosso comportamento e, ao termos esse tipo de interação com a máquina, podemos nos tornar um pouco melhores ou mais habituados a um comportamento educado — disse a Dra. Jaime Banks, que estuda as relações entre humanos e IA na Universidade de Syracuse.”


Foi inevitável pensar nas pessoas com quem convivemos que são incapazes de demonstrar gentileza ou cortesia no trato com outros seres humanos com quem convivem, seja em ambientes familiares, profissionais, ou em encontros ocasionais. Uma infinidade de pessoas que acredita piamente que ser insensível e grosseiro com as pessoas é sinal de força e inteligência. E, pasmem, essas mesmas pessoas podem ser muito gentis ao lidar com bots de inteligência artificial.


Isso reforça uma reflexão que me toma há algum tempo sobre a inteligência contida no ato de ser gentil com as pessoas. Quanto agir com cortesia nos poupa desgastes intermináveis com as reações negativas das pessoas a nosso respeito, nos poupa de rejeições constantes, e até sobre o quanto os modos grosseiros nos precedem, encobrindo a visão de nossas capacidades e habilidades, quando a única coisa que as pessoas conseguem enxergar em nós é a nossa total inabilidade de lidar com o ser humano. 


Dito isso, será mesmo que pessoas naturalmente grosseiras e inábeis humanamente são realmente as mais inteligentes?


Claro, abordando apenas a parte racional das convivências, sem falar na parte de ser humano ao tocar outra alma humana, parafraseando Carl Jung. 


Entendo que enxergar cortesia e gentileza como fraqueza, como um envolvimento desnecessário, ou como se ser um pouco mais humanos nos tornasse mais vulneráveis, é, sem dúvida, uma perspectiva de quem age assim. À minha percepção, sempre parecem prontos para se defender do mundo cruel que os cerca, ou agem como se fossem ser rejeitados sempre, então, eles rejeitam primeiro. O que não percebem é que esse comportamento demonstra totalmente o contrário, pois, é frágil quem não consegue lidar com rejeições, é frágil quem não consegue demonstrar afeto, é frágil quem não sabe ouvir com o coração, é frágil quem não consegue confiar… é frágil.


Um tempo atrás, escrevi sobre como é urgente procurar curar-se. Principalmente para si mesmo, mas também para o mundo. Dado que as pessoas com quem convivemos não são as mesmas que nos feriram, elas não têm culpa do que vivemos. Quando somos feridos profundamente e repetidamente no caminho da nossa existência, é como ingerirmos um veneno que vai nos corroendo com o tempo e minando tudo que significa vida em nós. E quando não nos curamos acabamos por espalhar esse veneno por onde passamos e descontamos em pessoas que nada têm a ver com o que sentimos. 


Pessoas fortes e inteligentes são as que sabem reconhecer que precisam de ajuda, e procuram cura-se porque compreendem a importância disso para sua própria vida. Também compreendem que agir com gentileza demonstra sabedoria e altivez, que ser cortês demonstra humanidade, que ser humano não é deficiência.


Então:

“Alumia tua alma

Encontra a cura sem demora

Pois, não há eternidade

Que resista ao despertar.

Lida com o que te devora

E não espera a ocasião

De quebrar outras pessoas

Ao espalhar escuridão

E adoecer outras vidas

Justificando em tuas feridas

Toda a dor que perpetrar.”

Trecho do meu poema: Alumia-te sem demora



E, ao interagir com as máquinas, que possamos ser só mais uma máquina. Elas não vão sentir.




Gratidão por ler até aqui!

Com amor.

Até breve!





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10 comentários

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Convidado:
03 de jul.

Tratar bem as máquinas... Na dúvida, trataremos todos bem!... Mas será que a humanidade está seguindo nesta direção? Quantas pessoas se deixam levar pela sedução das máquinas? Quantas pessoas tem mais amor a um carro, um aparelho celular, uma arma, que o parceiro(a), que o filho(a), que o companheiro(a)? Quantos pessoas já mataram por um risco na lataria? Quantas outras já morrerem por um retrovisor quebrado? A utopia é gratuita, o idealismo nem tanto. Se as máquinas de guerra destroem a matéria, as máquinas digitais destroem a capacidade de pensar, isso não seria a criatura (robot) robotizando o criador? ... Será que toda esta lógica (ilógica) está invertendo a lógica cartesiana do cogitare (Cogito ergo sum.) para o robotizare (Robotiz…


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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
04 de jul.
Respondendo a

Um imenso obrigada por comentário tão bem tecido, José! É uma reflexão importante porque vai além do simples ser gentil com uma máquina, pois, o mais relevante que eu quis trazer com esse texto é o imenso paradoxo que se forma quando muitas pessoas nunca aprenderam a ser gentis com pessoas, agora, tendem a ser com as máquinas.🌻

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Convidado:
02 de jul.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Entendo que ser gentil deve ser conduta presente em todas as relações. Sejam humanas, virtuais ou robotizadas. Não consigo me imaginar agindo de outra maneira. Por isso mesmo sempre dou um

olá para o ChatGPT ou para o Gemini quando iniciamos uma interação. E desejo que as máquinas também aprendam a ser cada vez mais gentis. Bom tema para discussão! Carla Kirilos👏👏👏

Editado
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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
04 de jul.
Respondendo a

Sim, um ótimo tema, Carla! 🌻

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
01 de jul.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

"Gentileza gera gentileza", já dizia o profeta. Acredito que quem trata bem aos outros, reproduz os modos independente da forma de interação ou do gênero de interação, sei lá (rsrs). Mas "o contrário também bem que pode acontecer": pessoas grosseiras tratarem bem as IAs. E é aqui que, ao meu ver, quem assim age, mostra muito de si. Pode ser que se trate de alguém que modifica o tratamento a depender do status - a quem julga ser superior, um bom tratamento; a quem julga inferior, um tratamento grosseiro. E nesse nosso momento da história, esse alguém vai julgar as IAs como algo superior. Mas é só por um tempo... não vamos nos iludir! rsrs

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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
01 de jul.
Respondendo a

😄😄 Pois é... sem a mínima ilusão!

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Ilma Pereira
01 de jul.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Está aí um assunto sobre o qual tenho me debruçado para além de se tratar com gentileza ou não as IAs. Mas o recorte que você traz é bastante interessante e concordo que reflete a nossa natureza: quem é gentil, sabe ser gentil com humanos, animais ou máquinas. Um amigo, em tom de pilhéria, mas sendo muito sério, advertiu que, pelo ritmo que as coisas vão, as inteligências artificiais dominarão o mundo e é bom que elas se lembrem que fomos gentis e calorosos com eles.

Pelo sim ou pelo não, sejamos gentis e calorosos com todos, porque conforme você mesma disse, Rúbia, quem está ao nosso lado provavelmente não é quem nos feriu.Então espalhemos amor e gentileza por ond…

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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
01 de jul.
Respondendo a

Obrigada, Ilma! Sim, acredito que essa abordagem de que podemos utilizar as máquinas para treinar sermos mais humanos pode até ser válida, mas, ainda assim, muito triste. Como muita coisa no mundo, não deveria ser assim.

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Convidado:
01 de jul.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

O mundo cada vez mais nas mãos das máquinas, o homem cada vez mais presente no mundo digital…Sendo assim, penso, vale tratar com gentileza as máquinas para que o homem não se esqueça de ser gentil.

Namastê!

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RUBIA ARCE Admin Blog
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01 de jul.
Respondendo a

Na dúvida, tratemos todos bem! 🌻💖

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