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LENTES DE AFETO

  • Foto do escritor: RUBIA ARCE Admin Blog
    RUBIA ARCE Admin Blog
  • há 23 horas
  • 2 min de leitura
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Que cada um tenha tido a chance de ter a autoconfiança emprestada de alguém que o amava muito. 

Clóvis de Barros Filho


Adormecida, despertei ao badalar da nona hora, quando os olhos se abriram e uma realidade, intuitivamente ignorada, se apresentou tão fortemente diante de mim. Dói ao enxergar. 


Laços que não eram laços, confiança mal empregada, solidão e um silêncio que grita alto. 


Das outras vezes, a esperança estava presente e sua presença firme e sólida conduziu o continuar. 


Mas, dessa vez, não. Sinto sua ausência inquietante, em meio ao silêncio ensurdecedor. Há beleza nos despertares, mas também há dor. Uma dor que não é possível explicar mas que dialoga com o caos outrora concebido. 


E a inundação de lembranças de frustrações recorrentes invade o espaço, que era tão bem protegido. 


“É preciso que alguém acredite em você, quando nada sugere que você tenha razão.”


Eis que se constata nesses momentos que, apesar de ser preciso, esse alguém nem sempre existe. Não há por perto alguém capaz de nos olhar por lentes de afeto - ainda que você tenha usado essa lente por longo tempo - aquela lente que usa quem se importa. 


Sensibilidade? Inexistente. Consideração? Inconsistente. Parceria? Irreal. O que se acreditava ser verdadeiro e confiável, mais uma vez, se desmorona diante da falta de disposição à compreensão e da indiferença. 


Lá está ela - a realidade que teimava em não assentir. Ela tem uma forma sutil de se apresentar. Às vezes, não é preciso muito para projetar luz sobre o que evitamos ver. Um movimento, e ela surge como um soco no estômago. 


É quando vemos que ela sempre esteve lá. Esperando para ser olhada, vivenciada e trabalhada.


Nesse momento, tudo fica suspenso no ar, como se nada mais fizesse sentido. Um convite, talvez, a um debruçar sobre a própria imensidão, de forma a encontrar e atribuir a si um valor que nunca te deram, e, quem sabe, buscar novos sentidos, novos caminhos, novos rumos.

 

A pergunta que fica nítida, nesse momento, é: De onde virá a força para continuar, dessa vez? Ou… Ela virá?


A verdade está posta. As cartas na mesa. O que resta é pensar no que farei com elas. Se é esse o jogo que se apresenta, é esse que vamos jogar. 


Vale muito o aprendizado, apesar de triste e, em algum grau, desanimador. 


Só nos decepciona o que permitimos tornar relevante.

 

Basta saber que é algo que só acontece uma vez.





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5 comentários

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Jefferson Lima
Jefferson Lima
há 11 horas
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Rúbia, que texto visceral e introspectivo, hein! Permeando por entre expectativas e realidades - e não somos imunes a nenhuma das duas - às vezes vamos chegar nesse ponto em que pensamos: e agora? E entre alvoradas e entardeceres, a vida sempre continua nos abrindo novas possibilidades e nos proporcionando novos saberes e inspiração para versos e prosas. A esse ciclo nada suave, chamamos amadurecimento. Abração!

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Ilma
há 21 horas
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Rubia,

Lendo o seu texto, me peguei lembrando de quantas vezes me decepcionei com as pessoas que, ao meu ver, deveriam me apoiar.

O certo é que quanto menos expectativa colocarmos nos outros, mais forte ficaremos.

Parabéns pelo belo texto!

Abraço,

Ilma Pereira

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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
há 20 horas
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Essa é a principal lição aprendida, Ilma. Expectativa zero. Porém, não deixa de ser triste não poder esperar nada de ninguém.

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Convidado:
há um dia
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

O começo de um despertar dói por ser o inicio da aceitação daquilo que não queremos despertar,daquilo que adiamos despertar...

Mas não há como escapar, pois no ato de despertar não existe o ato de não despertar.

Namastê!

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RUBIA ARCE Admin Blog
RUBIA ARCE Admin Blog
há 20 horas
Respondendo a

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