OLHOS DE SIDARTA
- BETH BRETAS
- 18 de mai. de 2023
- 1 min de leitura

Vejo como nunca vi.
Sinto como jamais senti
Uma eternidade enorme
Dentro de mim.
Passeio toda profunda
Com meus olhos de Sidarta
Vagando por vastidão sem rumo
Sem muros
Onde a visão máxima
É absurda
Como tudo que existe
No centro do absurdo
Cheio de sementes germinando
Na escuridão do mundo.
Com meu corpo equilibrado
E Minh’ alma abandonada
Flutuo
Por trechos invariáveis
De cores azuladas
E vento amainado
Soprando leve
Por cima do bordado
De flores em campo
Em olhos eternizados...
Piso manso
No tapete gramado
Onde tudo é suave
Neste segredo selado
E as coisas do homem
Passam longe deste momento embalado
Partilhado
Pelo alheamento de sensações desconhecidas.
O sol brilha morno na ponta do asfalto.
O mundo se abandona no que se diz edificado.
Os sonhos não são sonhos
Nesta paz incontestável
Solta
E de expressão apaixonada
Toda eterna
Toda entregue
Ao mistério não revelado.
A serenidade se afoga
Num protesto não manifestado
Fixo
Em cerca de arame farpado
Esperando a chuva prometida
Fazer parte da paisagem
Onde sombra cai na armadilha
E vulto retorna intacto.
(In Cinderela das Noites Vazias / Beth Bretas)
NAMASTÊ!
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Minha poetisa preferida ♥️
Suave! Encantador, nobre e cheio de beleza! Que Deus abençoe sua bendita existência!
Que lindo poema, Bete. Amei. Vou ler mais vezes e fazer novo comentário. Parabéns...
Maravilha!!! Que poema profundo e cheio de verdade!!